terça-feira, 26 de junho de 2007

Perversão ou Psicose no Brasil?

A des-ordem em que vivemos no Brasil não caracteriza uma sociedade perversa. Na perversão há que existir uma lei, para que possa ser elidida pelo perverso. A ausência de lei, a imprevisibilidade total em que se vive em nosso país e particularmente em nossa cidade do Rio de Janeiro caracteriza um estado psicótico, onde barreiras e limites se esvaíram e todos buscam simplesmente sobreviver à violência constante, sob todas as formas.

Freud tenta conceituar a civilização como uma neurose coletiva. Talvez na Europa, mas mesmo assim a 2a guerra mundial veio demonstrar o retorno em massa do reprimido e a psicose coletiva. Os neuróticos vivem escrevendo sobre seu mundo fantasioso como se fosse a realidade. Difícil é olhar para o que está em torno, observar o construto, discriminar os conceitos como construtos de segunda ordem e seguir em frente, respirando, conectado com o só-ser. O absoluto encaixa no relativo como uma caixa se encaixa com sua tampa.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

No início

No início fazia diário, desde os 12 anos. Alguns sumiram em meio aos naufrágios das separações, mas os que restaram mostram um adolescente em busca de interlocução consigo mesmo.
Mostram também a imaginação de me tornar um monge budista e morar isolado em uma ilha, além de ser psiquiatra, casar e ter filhos, caso o primeiro projeto não se realizasse.
Acabei misturando os dois projetos.
E agora procuro estar presente neste corpo e nesta respiração, vivendo nesta comunidade onde tantos buscam se salvar a partir de ideais. A trancos e barrancos estou aprendendo a observar o que acontece e a me projetar menos naquilo que vejo como exterior.
Existindo neste momento como um fluxo de consciência, manifestando-me como homem, pai, marido, filho, amigo, inimigo, psiquiatra, monge, professor, médico, doente, sadio...
Este é só um diário eletrônico de um velho adolescente.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Para que escrever

Quando o Senhor Buda despertou, passou por essa questão: vale a pena falar?
Sua decisão é conhecida. Nós, na prática dia a dia, muitas vezes nos perguntamos, às vezes nos arrependemos, mas seguimos com nossos gritos e sussurros.
Um lugar para compartilhar, que seja este.